21/05/2011 - 20h06 - Atualizado em 21/05/2011 - 20h06
A Gazeta
Laiz, José Anézio e Rafael, do DCE da Ufes: para mobilização funcionar, estudantes têm de incorporar bandeiras
Mariana Montenegro
mmontenegro@redegazeta.com.br
Eles foram os protagonistas na luta contra a ditadura e levaram mais de 200 mil às ruas nas décadas de 60 e 70. Mas, hoje, o movimento estudantil luta justamente para ter maior participação dos próprios estudantes. Para se ter uma ideia do distanciamento, em um universo de 16 mil alunos, apenas quatro mil participaram da última eleição do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Plataforma da atuação política de lideranças que chegaram ao poder, o DCE tem como desafio mobilizar os estudantes. "O desafio do nosso tempo é o da mobilização. O que só dá certo se as bandeiras forem incorporadas pelos estudantes, que passam a participar de maneira natural", explicou Raphael Sodré, diretor de Articulação do DCE.
O diretor regional da União Brasileira dos Estudantes (Ubes), Marcos Paulo Silva, e os diretores do Grêmio Rui Barbosa (GRB), Fábio Júnior, Kássia Ribeiro, Claudiomiro Júnior, Mariana Aguiar, Henrique Martins, Fábio Lúcio, Filipe Fernandes e Priscila Ribeiro - todos alunos do ensino médio e/ou técnico do Ifes - concordam. "Estamos na fase do contentamento comodista", resumiu Marcos. "O individualismo fica cada vez mais latente, e complica a luta por uma causa comum", completou Claudiomiro.
Educação
A qualidade do ensino, com melhoria da estrutura, é a bandeira do movimento. "Queremos uma educação com compromisso, em busca de uma sociedade justa", afirmou o diretor de Formação Política do DCE, José Anezio. Eles querem maior financiamento para a Educação, reforma de currículos atrasados, moradia estudantil e - o que vem sendo mais notado na sociedade - fazem movimento corriqueiro contra o reajuste nas tarifas de ônibus e a favor do passe livre.
Será que, engajados na melhoria estudantil, muitos "fixam raízes" na universidade e cumprem o curso anos depois do previsto? Eles garantem que não. Laiz Fragoso, secretária-geral do DCE, se apressa em dizer que isso é mito. "Hoje é mito. Isso pode ter acontecido no passado, mas não é mais nossa realidade. É possível conciliar as atividades", garantiu ela, que, no entanto, está desperiodizada. "Mas porque peguei um estágio", explicou.
Ecoando em meio ao universo acadêmico, a abordagem partidária marca presença. Dos 17 diretores do DCE, diversos são filiados a partidos de esquerda, em especial o PSOL. Já no GRB, dois diretores são filiados ao PCdoB. Todos, porém, asseguram que não há qualquer decisão que seja tomada com base em orientação partidária. Ponto de polêmica: os estudantes do grêmio acusam o DCE de orientação e influência do PSOL.
O caminho
Secundaristas
Grêmio. Organizados dentro das escolas. O maior no Estado é o Grêmio Rui Barbosa, do Ifes, com 66 anos de fundação. Em todo o Espírito Santo cerca de 30 grupos estão organizados. O do Colégio Estadual, com tradição histórica, não está entre eles.
Umes. União Municipal dos Estudantes Secundaristas. É o conjunto de grêmios de uma cidade. Não há um representante em Vitória.
Ueses. União Estadual de Estudantes Secundaristas.
Ubes. União Brasileira de Estudantes Secundaristas. No Estado, Marcos Paulo Silva é o diretor regional.
Universitários
CA. Centro Acadêmico. Grupo eleito para representar os estudantes em cada curso.
DA. Diretório Acadêmico. O grupo que responde por um conjunto de cursos semelhantes, como as diversas engenharias.
DCE. Diretório Central dos Estudantes. Representação maior dos alunos dentro de uma universidade ou faculdade. Na Ufes chegou a ser fechado nos anos de ditadura. Foi retomado no final da década de 1970.
UEE. União Estadual dos Estudantes. Central dos DCEs organizados. Não existe no Espírito Santo.
UNE. União Nacional dos Estudantes. Sara Cavalcanti é a diretora regional no Estado.
Estudantes do IFES que fazem parte do Grêmio
"Nós temos uma nova maneira de agir", diz líder
Eleitos como representantes do grêmio mais antigo do Estado, os diretores do Grêmio Rui Barbosa (GRB), que funciona no Instituto Federal do Espírito Santos (Ifes), disseram que, além de atrair os jovens para o movimento estudantil, o desafio é mostrar que as ações não podem ser restritas ao universo digital. Marcos Paulo Silva (na foto, de preto), diretor regional da Ubes, é objetivo: "nada pode substituir o velho ?passar nas salas de aula e distribuir panfletos?". "A internet pode ser uma aliada quando nós conseguimos unir e levar o movimento também para os espaços físicos", afirmou Marcos. E os planos do GRB são altos. Com a expansão da rede Ifes, os alunos já planejam a criação de um Diretório Central - visto que há cursos técnicos profissionalizantes no Instituto. Dentre as bandeiras nacionais do movimento estão a criação do Fundo Social do Pré-sal, com a destinação de 50% do valor para a Educação, e ainda a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para o setor. "Nós temos uma nova maneira de agir. Em busca do diálogo, estamos conquistando espaço e vamos lutar por nossas bandeiras".
De líder estudantil a governador
Em um passado recente, eram as atuais lideranças do Estado que participavam de movimentos estudantis - onde iniciaram suas carreiras partidárias - e lutavam por melhorias com os ideais da juventude. O governador Renato Casagrande (PSB) e seu antecessor Paulo Hartung (PMDB) participaram do movimento estudantil quando estudaram em Viçosa (MG) e na Ufes, respectivamente. No entanto, para os atuais membros do DCE da Ufes e do Grêmio do Ifes "há críticas" a serem feitas à administração do Estado.
"Conquistamos alguns avanços. Mas ainda há críticas, principalmente na Educação, onde atuamos mais. Queremos mais investimento em Educação", afirmou Raphael Sodré, diretor do DCE. "Eles perderam um pouco da ideologia que carregavam, a busca pelo coletivo", completou Fábio Lúcio, membro do grêmio.
Mas Fábio defende que o diálogo com lideranças que já fizeram parte do movimento estudantil é mais fácil. "Eles respeitam mais nossa opinião, temos outro nível de discussão", pontuou. Como exemplo, ele citou que Casagrande convidou o grêmio e demais entidades estudantis para debater com o governo as tarifas dos ônibus. "Essa procura por parte do Executivo era impensável antes".
FONTE: http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2011/05/noticias/a_gazeta/politica/858403-a-nova-geracao-que-milita-no-movimento-estudantil.html
Típica fala de doidaaooo, meu amiigoo
ResponderExcluirEsse doidao.. nao fala nada com nada e ainda parece que ta sendo militante
Rapaz!
ResponderExcluirComo é a política! Achava que nunca ia ver Jozé Anézio e Rafael lado a lado na mesma foto!