17 de março de 2011

Surfando na crista do tsunami


O desenho de Mohamad Zohri Sukimi, publicado no jornal "Berita Harian", mostrava o herói japonês Ultraman fugindo de uma onda. Uma petição on-line rodou o mundo. O jornal se retratou.










João Montanaro, 14, já tinha decidido qual seria o tema da charge de sábado quando acordou na sexta-feira. Então, viu na televisão imagens de prédios se desfazendo em meio ao mar que avançava.
"Não dava para fazer um desenho sobre política!", diz.

Ao decidir retratar o tsunami, Montanaro lembrou-se da xilogravura de Katsushika Hokusai.
"Fiquei surpreso com as críticas", diz. "Acho que não entenderam a charge."




As ilustrações do site http://cfsl.net/tsunami/
Os de
senhos estão reunidos no projeto "Tsunami - Des Images Pour le Japon" (tsunami.cfsl.net), encabeçado pelo ilustrador francês Rémi Maynègre, que pretende vender os originais disponibilizados no site e repassar o dinheiro arrecadado para a entidade Give2Asia.



























































Há também a possibilidade de o leitor não estar acostumado ao gênero da charge.

"As pessoas ligam a palavra 'charge' a coisas alegres, mas a ideia é ser um convite ao pensamento", diz o quadrinista Mauricio de Sousa.

O jornalista e professor de letras da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Paulo Ramos concorda.

"Quem está acostumado entende melhor desenhos como o de Montanaro. Outros veem as charges como necessariamente uma piada e, por isso, se incomodam."

Para Jal, presidente da Associação dos Cartunistas do Brasil, "é nesses momentos de tragédia que temos de fazer críticas".


Fontes: folha.uol.com.br (com adaptações) e http://cfsl.net/tsunami/


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